POESIA

Monday, April 03, 2006

POESIA

SITE
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http://epoesiaporquenao.blogspot.com/
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POESIA


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ÍNDICE

AGREVEDAAULA BATEMLEVE,LEVEMENT RENATOVERSUSPATRÍCIO MATRAQUILHOS OBAILEDOFUNDÃO OTEMPOEOVENTO2

UTIB REPARTIDA

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E VIVA O CARNAVAL

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Na Grécia havia alegria

Com vinho de Dionísio,

Alava – se a fantasia

Com bacanais de prodígio!!!

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Nós temos o Carnaval,

Portugal e Alemanha,

Rei-momo descomunal,

Uma alegria tamanha!!!

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Ponho água-de-colónia,

Recordo logo o Entrudo

Que também lá na Francónia

Num delírio bem garboso

Com os seus duques e tudo,

Festival prodigioso!!!

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A TUA AMIZADE SIGNIFICA MUITO PARA MIM……

POR ISSO AO FESTEJARES ESTE DIA RECORDO – TE

COM CARINHO…

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PARABÉNS

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Em sintonia com a vida

Assim vai passando a idade,

Dou – te os parabéns querida

Neste dia de realidade;

Deste – me a mão, uniste – te

Em sintonia com o amante,

Romântica instruíste –te;

Sereno e alegre o semblante;

Nas coisas do amor, da posse,

Viver é também entregar – se,

Entregar – se como se fosse

O paraíso celestial

Onde se entra a deleitar – se

Em eterno amor terreal.

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ENFIM……

Bem – me queres, mal – me queres
Mais uma pétala, sim?
Amor não me desesperes,
Quero tu sejas enfim!
……

Amar alguém é sofrer,
Amar – te é ter temor,
Ter medo de te perder,
Que cesse o grande amor
.…
Sigamos então avante
Embalados, amorosos,
O bom destino gigante
Quer tornar – nos ditosos
.…
Ditosos e bem amados,
Confiantes no porvir,
De carinho acalentados,
Caminhemos a sorrir
……
Sigamos, pois, dois pombinhosN
o seu tempo de namoro,
Beijinhos, muitos beijinhos,
Nosso tempo é de ouro
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13 DE JUNHO DE 2001

Manjericos a crescer
Raparigas a medrar
Sto António a ver
Que elas querem casar!...

Se rezaste ao Sto António,
Lá isso é que eu não sei,
Foi festa, tocou o harmónio
Pois que contigo casei:

Já são 23 aninhos
Que isso nos aconteceu,
23 Sto antoninhos
Com carinho meu e teu;

Venha lá esse beijinho,
dÁ-mo cá com muito amor,
Como prova de carinho
Da minha querida flor

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AMOR ETERNO

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OLHO LONGA, LONGAMENTE,
PERSCRUTO TEU CORAÇÃO,
RESPONDES LANGUIDAMENTE
COM TEU OLHAR DE PAIXÃO! ...

OS DOIS ASSIM ENLEADOS,
NAS NÚVENS PARA ALÉM,
DESPIDOS, APAIXONADOS
NOS DELEITAMOS TAMBÉM,

A BEIJAR, SEMPRE A BEIJAR,
POSSUIR-TE EM ETERNO ENLEIO,
FRENESIM SÓ DE AMAR,

RECIPROCIDADE LOUCA
EM FRENTE À ETERNIDADE,
MINHA BOCA EM TUA BOCA! ...
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RECORDAR…

Se recordar é viver,
Recordemos o amor,
Bem somente o bom-viver
De entusiasmo, de ardor,

As carícias, as meiguices,
As viagens, os beijinhos,
O deleite das denguices
De dois doces amorzinhos! …

Que querem e que prometem
Para sempre, toda a vida,
Para o mal, para o bem,

Paixão lhana, união,
A ternura bem sentida,
Bem fundo, do coração.
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FÉRIAS…

Ter férias é ser – se livre,
Gozar a brisa do mar,
Nosso corpo refrescar,
É, enfim «joie de vivre»…

É dar beijos em teu rosto,
É passear pelos montes,
É beber água nas fontes,
Satisfazer o teu gosto…

É andar à rédea solta,
Descontraídos, contentes,
O silêncio à nossa volta,

É dormir quando apetece,
Sossegados, indolentes…
É sonhar, não mais esquece!…
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PAUSA…

É a brisa do vento,
A tepidez do mar,
O nadar muito lento,
O alegre palrar.

É um dia na praia,
Parêntesis na vida,
O bulício desmaia,
Tirania vencida.

É um gemido de amor
Um ai inesquecível,
O arfar duma flor...

Um êxtase sublime,
Noite imperecível,
Um amor que redime.
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JE TE QUITTE PAS…

Je te quitte pas, Je te quitte pas,
Dans ton délicieux parfum embaumé,
Je suis ton garçon, suis-je pas ?
Je suis ton éternel fiancé.

De l’amitié, de l’amour, tendresse,
Je t’en ai de tout beaucoup, voilà,
Je t’ai bien sans souci, en finesse,
Je te baise toujours chère Stella,

Je veux toujours te serrer dans mes bras,
Je fais bien l’amour avec toi,
Jouissons, ma chère, sans embarras,

Aimons donc toujours, ma belle étoile
Sans demander jamais aux dieux pourquoi,
Sincères, nus, déshabillés, sans voile !…
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CONTIGO…

Continuo meu caminho, delirante,
Turbilhando, a imaginação envolvente,
Abraso, é estio, é fogo ardente.

Das avezinhas, o canto é sentimento,
Do mundo, fora, o bulício é esquecido,
Passe ora a dor da vida ao esquecimento,
Um ai de prazer, um êxtase, um gemido!…
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ENTREGA

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DOÇURA, BELEZA, CASTA AMENIDADE,
DELÍRIO DOS SENTIDOS, ODOR ANGÉLICO,
SUBIR AO SÉTIMO CÉU, FRATERNIDADE,
ESPÍRITOS MADUROS, AMOR FEÉRICO!
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PRIMAVERA PUJANTE, TUDO ENGRINALDA,
C'O BÁLSAMO SUAVE OS CORAÇÕES ALEGRA,
JÁ LEMBRA O VERÃO QUE MAIS TARDE ESCALDA
E QUE QUÁSI QUE ENCANDECE A PRÓPRIA PEDRA!
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A ALMA SE ENTREGA, PENETRA O ODOR,
DÁDIVA TOTAL, SUBLIME, FULGURANTE,
A PAISAGEM É ALEGRE, RIDENTE, CANTANTE!
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COMO É BELA A VIDA, BELO O AMOR,
AI COMO EU TE AMO BEM DO FUNDO,Ó BELA!
TODO TEU, MINH'ALMA É TUA, AMADA ESTELA

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DEITEI-ME JUNTO A TI

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DEITEI-ME JUNTO A TI,
ACARICIEI TEU SEIO,
A TUA BOCA QUE RI
BEIJOU-ME EM GALANTEIO! ...
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EU FINGI QUE NÃO SENTI
E, ENTÃO, NO OUTRO SEIO,
OS MEUS BEIJOS EXIBI,
DOCE, FELIZ DEVANEIO!...
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O AMOR ENTRETECI
EM SENSULIDADE INGENTE,
FIQUEI RENDIDO A TI,
...
DESMEDIDO FRENESI,
ALI, ASSIM DE REPENTE,
P'RA SEMPRE PRESO A TI.
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O MANJERICO
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VI ALI UM MANJERICO
E FUI-TO LOGO COMPRAR,
É POR ISSO QUE NÃO FICO
SEM UM BEIJUNHO TE DAR;
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UM BEIJINHO ENCOMENDADO
AO MEU SANTO PROTECTOR,
UM BEIJINHO REPENICADO,
UM BEIJINHO SÓ DE AMOR;
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AMOR P'RA TE OFERECER,
UM AMOR DE MÃO BEIJADA
E NÃO QUERO ARREFECER,
QUERO-TE JÁ ENFEITADA,
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BEM ALVINHA E COROADA
COM A FLOR DA LARANJEIRA,
QUERO-TE, Ó MINHA AMADA,
QUERO-TE A VIDA INTEIRA
...
E, ALI, FRENTE AO ALTAR,
FOMOS JÁ ABENOADOS,
HÁ JÁ ORDEM DE BEIJAR,
S'TAMOS JÁ OS DOIS CASADOS.
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AMAR, AMAR, PERDIDAMENTE
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AMAR, AMAR PERDIDAMENTE,
NÃO ESTA, AQUELA TAMBÉM,
LOUCA, DISPLICENTEMENTE,
MAS SÓ A TI E MAIS NINGUÉM;
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COM FORÇA PAGÃ, DELEITE FORTE,
IMPÚDICA, ARDENTEMENTE,
PENETRAR, QUERIDA CONSORTE,
DELEITOSA, PRODIGIOSAMENTE,
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TEU CORPO EBÚRNEO, EBULIENTE,
DE ARDOR AROMATIZANTE,
E ARFANTE, CONCUPISCENTE ...
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DÁ-ME A COMPANHIA QUENTE
DO TEU DESEJO CONTAGIANTE,
DE TEU AMOR SINCERO, ARDENTE!...

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ESTÁS LONGE, PENSO EM TI...
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ESTÁS LONGE, PENSO EM TI,
DE NOITE SONHO CONTIGO,
ESTAMOS OS DOIS AQUI,
E O TEU CORPO AQUI COMIGO
...
NUMA TERNURA CARNAL,
DELÍRIO CONCUPISCENTE,
FORTE PAIXÃO ANMAL
DE AMOR EFERVESCENTE;
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RECIPROCIDADE LOUCA, EFERVESCÊNCIA
DINÂMICO FRENESI,
MINHA BOCA EM TUA BOCA
...
NESSE INSTANTE D'AMENIDADE,
ASSIM, BEM DENTRO DE TI
P'RA TODA A ETERNIDADE! ...
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Ó ROSA, Ó LINDA ROSA
Ó ROSA P'RA ME ENFEITAR,
ÉS A MINHA LINDA ROSA
ROSA P'RA EU SEMPRE AMAR
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EM STO ANTÓNIO DA SÉ
REZEI FERVOROSAMENTE
E AQUI ME TENS AO PÉ
TODO AMOR EFERVESCENTE;
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ESTELINHA, MEU AMOR,
MINHA AMADA DE ELEIÇÃO,
AMO-TE COM MUI CALOR,
COM AMOR DO CORAÇÃO;
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UM BEIJO PRÁ MINHA AMADA,
UM BEIJO P'RÁ ESTELINHA,
UM BEIJO DE SEM MAIS NADA
UM BEIJO EM TUA BOQUINHA.
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É A BRISA DO VENTO...
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É A BRISA DO VENTO,
A TEPIDEZ DO MAR,
O NADAR MUITO LENTO,
O ALEGRE PALRAR.
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É UM DIA NA PRAIA,
PARÊNTESIS NA VIDA,
O BULÍCIO DESMAIA,
TIRANIA VENCIDA.
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É UM GEMIDO D'AMOR,
UM AI INESQUECÍVEL,
O ARFAR DUMA FLOR;
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UM ÊXTASE SUBLIME,
NOITE IMPERECÍVEL,
UM AMOR QUE REDIME.
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BEM ME QUERES...
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BEM ME QUERES, MAL ME QUERES,
MAIS UMA PÉTALA, SIM?
AMOR NÃO ME DESESPERES,
QUERO TU SEJAS ENFIM!...
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AMAR ALGUÉM É SOFRER,
AMAR-TE É TER TEMOR,
TER MEDO DE TE PERDER,
QUE CESSE O GRANDE AMOR.
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SIGAMOS ENTÃO AVANTE,
EMBALADOS, AMOROSOS,
O BOM DESTINO GIGANTE
QUER TORNAR-NOS DITOSOS.
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DITOSOS E BEM AMADOS,
CONFIANTES NO PORVIR,
DE CARINHO ACALENTADOS,
CAMINHEMOS A SORRIR...
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SIGAMOS, POIS, DOIS POMBINHOS
NO SEU TEMPO DE NAMORO,
BEIJINHOS, MUITOS BEIJINHOS,
NOSSO TEMPO É DE OURO.
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JE TE QUITTE PAS ...
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JE TE QUITTE PAS
DANS TON DÉLICIEUX PARFUN EMBAUMÉ,
JE SUIS TON GARÇON, SUIS-JE PAS?
JE SUIS TON ÉTERNEL FIANCÉ.
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DE LÁMITIÉ, DE L'AMOUR, TENDRESSE,
JE T'EN AI DE TOUT BEAUCOUP, VOILÀ,
JE T'AI BIEN, SANS SOUCI, EN FINESSE,
JE TE BAISE TOUJOURS, CHÈRE STELA,
...
JE VEUX TOUJOURS TE SERRER DANS MES BRAS,
JE FAIS BIEN DE L'AMOUR AVEC TOI,
JOUISSONS, MA CHÈRE, SANS EMBARRAS,
...
AIMONS, DONC, TOUJOURS, MA BELLE ÉTOILE
SANS DEMANDER JAMAIS AUX DIEUX POURQUOI,
SINCÈRES, NUS, DÉSABILLÉS, SANS VOILE! ...

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I'M GOING TO DREAM
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I AM GOING TO DREAM,
I AM GOING TO LOVE,
I AM GOING ON A STREAM
I AM MAKING LOVE...
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I AM BECOMING IN SKY,
I AM BECOMING VERY SWEET,
I AM BEGINING TO FLY,
I AM ENJOYING A GREAT BEAT.

KISSING, CARESSING YOU,
I STAY WITH YOU IN MY MIND,
THOU MAKE ME VERY KIND,
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I'M GOOD LOVER AS FEW,
I'M ENEIAS AND YOU DIDO
SHOT BOTH BY ... CUPIDO! ....
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O TEMPO E O VENTO

O TEMPO E O VENTO SÃO IGUAIS
CORREM DESMEDIDAMENTE
A VIDA PASSA LENTAMENTE
COM ALEGRIAS, CHOROS E AIS!...

PERMANECE O AMOR, A FANTASIA,
O CASAMENTO, ENFIM,
OBRIGADO S. VALENTIM
POR ESTA GRANDE ALEGRIA.

BEIJO-TE, QUERIDA, MAIS UM DIA, DIA ESPECIAL, DOS NAMORADOS,
NAMORADOS E BEM CASADOS,
FESTEJEMOS COM BONOMIA
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IN ILLO TEMPORE

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Nos braços ténues da fantasia

Percebi bem a alusão

Pois eu fui um dia

A certo baile no Fundão.

Tinha bom meio de transporte,

Nós, os ricos, é assim

É tudo de mão cheia;

Vestidos de preto e à boleia

Estrada fora, sempre andando

Olhando as raparigas de soslaio

Por vezes com certo enfado.

A educação na família

Insistia que era pecado.

Mas nos braços da fantasia

Quem é que a mim me diria

Que de certo modo apertaria,

Ao ser levado em triunfo,

Tanta rapariga, tanto calor.

O que se passou "in illo tempore"

Foi verdade, sim senhor!

E por causa desse baile

Esqueci o pecado e o pudor.

Comigo também viajava

O Teodoro, que por causa do baile,

Não foi ao sonoro.

Como não tínhamos um tostão

O Teodoro estendia a mão

E pedia a cada um

Uma oferta para entrar.

Enquanto isto acontecia

Eu pensava e rezava,

Ligava céu e terra.

E não é que veio o milagre!

Ao dar a volta ao edifício

Eis que de sem ver mais nada

Fiquei de repente sorridente

Pois que vejo na minha frente

Uma janela escancarada!

Esquecimento? Não.

O nosso amigo que gosta da brincadeira

Vai logo ao fundo da questão:

É milagre, pois então

Pois se eu rezei...

Uma vez lá dentro compreendi quem era o santo

Da minha devoção,

E que por causa de uma cretinice

Do professor Ferreirinha,

Resolveu mostrar as suas razões

Foi para o colégio do Fundão.

Quem é que me aparece?

Daquela maneira

A fazer milagres na Cova da Beira?

O maior camarada de sempre

O amigo que não esquece

Da Guarda o grande folião,

De serenatas, estudos e serões

Era? Quem havia de ser

O meu amigo Cunha Simões.

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A GREVE DA AULA


É em Maio, no mês das flores,
S’tá a natureza em festa,
Engrinaldada
É um convite ao passeio,
Ao absorver dos odores
P’los campos, p’los relvados,
Um convite de amores,
Ao falar das pequenas
E de coisas triviais.
“Meus Senhores”
Diz alguém a plenos pulmões
As suas razões:
“A aula que se lixe”,
Diz o Simões.
E como ele é líder
Lá vai a rapaziada
Toda entusiasmada
Que em vez de ir à aula
A aturar a chatice
Daquela famigerada, complicada
Que na prática
É a Matemática,
Se mete à estrada para cumprir denodada
As deliberações da mesa.
O reitor, era ele o professor,
Estranhou a míngua
De alunos seus:
Cinquenta por cento,
Mais um ou dois
A ganhar por pouco as eleições.
Mas, como estava o Patrício
O nosso homem pensou:
“Eu sei quem foi que os aliciou
Mas se este não alinhou
Ele virá à razão”.
E a coisa passou
Fazendo de contas que foi a gripe
Epidémica, danada, a brincar c’oa rapaziada
Assim como quem já a espera
Em plena Primavera.



Notas e comentários:

SR. DOUTOR:
Estes dois últimos versos são uma ironia. E bem sabeis que a ironia é AQUELA FIGURA…, enfim, etc., falando português +, “uma pessoa diz uma coisa querendo significar precisamente o contrário daquilo que diz”.
Porque
A GRIPE EPIDÉMICA, MALVADA
ERA NO INVERNO FRIO DA GUARDA
QUE DAVA CABO DA RAPAZIADA.
Mas o homem deve ter pensado,
“Não se pode ser rijo demais
Pois é pior o resultado
Até com os animais.
Vamos com jeito
Vamos com muito cuidado,
Tomemos as coisas a peito
Para obter bom resultado”.


AGORA O MEU AMIGO
QUE É BOM PROFISSIONAL
A FAZER POESIA, CERTO,
FAÇA OS CORTES QUE ENTENDER
PARA TORNAR A COISA TRAGÁVEL
ENFIM, AGRADÁVEL DE COMER…
…..…………………………………………
………………………………………………
etc. e tal
já sabes como é
afinal,
ABRAÇO
F… de tal

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BATEM LEVE

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BATEM LEVE, LEVEMENTE
COMO QUEM CHAMA POR MIM,
BEM O DIZIA SUAVEMENTE
EM JEITO DE POETA, ASSIM

LÁ NA TERRA INCLEMENTE
UM TAL GOVERNADOR CIVIL
A QUEM CHAMOU TODA A GENTE
O POETA AUGUSTO GIL.

BRANCA E LEVE, BRANCA E FRIA
SEMPRE QUE A GENTE A VIA
ERA AQUELA ALEGRIA
DAS BATALHAS NA VIA,

AOS GRUPOS OS RAPAZÕES
À’TIRAR ÀS RAPARIGAS
E, É CLARO, O SIMÕES
O LÍDER, CHEFE DAS BRIGAS.

RECORDAR É VIVER,
FAZES ANOS, PARABÉNS,
JÁ QUE OS NÃO PODES DESFAZER
HAJA FESTA, HAJA PÃES

PÃES-DE-LÓ E TAMBÉM DE LÁ
HAJA ALEGRIA, FANTASIA
E PARA TERMINAR TOMA LÁ
UM ABRAÇO QUE NÃO ESQUECIA;

O QUE É A VIDA, AFINAL?
MADRASTA QUE COM JEITO,
FIRMEZA E POR VEZES HUMOR
É SEMPRE O MAIOR FEITO

DE QUEM CAMINHA P’LA VIA
NEM SEMPRE UMA AUTO – ESTRADA,
MAS ENFIM É A VIDA,
CONTINUEMOS A CAMINHADA.

OS PARABÉNS JÁ TE DEI
E UM ABRAÇO TAMBÉM
FAZ ANOS O REI:
FELICIDADES A CEM.

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FAZ ANOS O HIMENEU

EM QUE TU E EU...

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Rouxinol, rouxinol de meus amores
Que há 26 anos cantas para mim,
Princesa que com seus valores
Espalha o cheiro a jasmim.

Como o sol se levanta de manhãzinha
O teu canto de mulherzinha
Vai trinando como o da avezinha,
Dois trovadores em sua casinha

Amando-se silenciosamente
Como sendo sua característica,
Zelando amorosamente
Em reciprocidade humorística,

Caminhemos lado a lado, avante
Num mundo de vida exigente,
Cada qual sendo galante
Animando o outro, contente.

Continuemos, pois, o rumo
Mesmo depois do meio-dia,
Parar é morrer, tal como o fumo
Se a fogueira não o renova e guia

E languidamente neste dia
Em união de nossas bocas festejamos
O Himeneu destes longos, breves anos
Até que um dia pereçamos.

Anel de ouro, anel de prata
São jóias, material duradoiro
São sinais de que o amor hidrata
Em dois corações, um tesoiro.

E agora, em jeito de estribilho
Dá cá, dá cá uma beijoqueca
Mostrando de teus olhos o brilho
Ao teu amado, querido Zeca.

Com amor
Sempre

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BEIJA AGORA O TEU CONSORTE

BEM DO FUNDO DO CORAÇÃO

COM A FORÇA DO VENTO NORTE

À MEDIDA DA TUA PAIXÃO

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ACEITASTE O MANJERICO

QUE O STO ANTONINHO TE DEU

TEU AMOR FICA MAIS RICO

ASSIM JUNTINHO AO MEU

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INVERNO

Este tempo de Inverno
Cru, ríspido, doentio,
Parece que é eterno.

O soprar em desafio
De todos os ventos de Eolo
Prolonga – se e faz frio

Sem que o grão Apolo
Com o seu carro à mão
Nos proteja, como no Pólo,

Deste Inverno mausão
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O CEGO

Com sua varinha tacteando
Lá vai o ceguinho a passar,
Abeira – se uma moça, ajudando,
Com sua varinha tacteando,
Pela passadeira o leva andando,
Agora já só a passear,
Com sua varinha tacteando
Lá vai o ceguinho a passar

MAI/69

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QUADRAS

Oh minha menina
Que grande amor o teu,
Ai minha donzelinha,
É tão forte como o meu

ABR / 69

Se tu gostas de amar
Arranja uma donzela,
Vai com ela cavalgar
Mui bem juntinho a ela.

ABR / 69
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INVERNO

Este tempo de Inverno
Cru, ríspido, doentio,
Parece que é eterno.

O soprar em desafio
De todos os ventos de Eolo
Prolonga – se e faz frio

Sem que o grão Apolo
Com o seu carro à mão
Nos proteja, como no Pólo,

Deste Inverno mausão
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PRIMAVERA

Parecendo mui abstracto
Do mundo todo esquecido,
Na verdade observador nato,

Ao passear fico embevecido,
Preso, atento, delirante,
D’altivo rosto enobrecido

Por cabeleira estonteante,
Largo o busto, romanesco,
Contendo – se a custo, anelante,

Enfeitado em arabesco,
O andar bem impulsionado,
Firme, deleitoso, mui fresco,

Esse tabu d’alguém amado,
Ei – la caminha sorridente
Deixando tudo embalsamado,

Cheio de vida, mui contente.
Desvendem o nome da jóia,
Perfeita figura de gente,

Mais linda que Helena de Tróia,
Uma mais para a nossa era
Digna de um quadro de Goya,

A bela é a Primavera! …

MAR/69
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SONETO
= Juventude Heróica =

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Ó bela Juventude Portuguesa
Que combates o rebelde inimigo,
A ti, que ao aborígene chamas amigo,
A ti que à nossa história dás mais beleza,

A ti, que dos teus esqueces a tristeza,
Construindo, talvez, o teu jazigo,
A ti, que determinação levas contigo,
A ti, admirável em singeleza,

Amo – te, Mocidade heróica e destemida,
Amor de quem contigo arriscou avida,
A ti que engrandeces o meu país

Admiro – te porque tu és, afinal,
A força que faz curvar a cerviz
Aos inimigos de Portugal.

ABR/69

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A MINHA MÃE

Rosas brancas de cor pura,
Ao contemplá – las absorto,
Antevejo a doce alvura
Espelhada em teu rosto,

Da tua alma de mãe.
De que santa criatura!
Que me ama, me quer bem,
Me recorda com ternura

Quando pode, hora a hora,
Ao romper da madrugada,
A sonhar p’la noite fora…

Amo – te, progenitora,
Minha querida, adorada,
Carinhosa protectora.

MAIO/68
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TRIOLÉ
Algarve

Algarve de Primavera florida,
Algarve das mouras encantadas,
Mártir que ao País dás muita vida,
Algarve de Primaveras florida,
A tua existência encarecida
Tornou muitas donas enlutadas,
Algarve de Primavera florida,
Algarve das mouras encantadas! …

ABR/69
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PÁSCOA

Os sinos a repicar
E a aldeia alvoroçada,
Toda a gente a cantar,
Euforia na calçada.

Gritos de alegria,
Sábado, dez horas,
Aleluia, aleluia;
O povo ri, ninguém chora,

Páscoa do Senhor!
A alegria transbordou,
Renasceu o amor.

Parabéns a Maria,
Seu filho ressuscitou,
Aleluia, aleluia! …

ABR/68
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CASTELO MENDO

Ó Castelo Mendo
Que com teus afins,
Os horizontes vendo,
Lembra – te de mim.

Ó Castelo Mendo,
Cheio de tradições,
As muralhas sendo
Teus nobres brasões! …

Ó Castelo Mendo,
Espiando o inimigo,
Mesmo não te vendo,
Estou sempre contigo!

Ó Castelo Mendo,
Lembra – te de mim,
A saudade sendo
O amor, enfim! …

JAN/69
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AS MOÇAS

Elas gostam de amar,
As meninas, as donzelas
E eu gosto de as mirar
Quando as donas são mui belas! …

Ao passearem na rua,
Seu busto bamboleante,
Fazem boa figura
Em amor edificante.

ABR / 69
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A FÉRIA MENSAL

Pagam a mesada?
Sabe – se que pagam mal,
Do que não gosto nada,
Que peluda desasada,
Aborrece o pessoal.

Se ao menos dessem broas,
Mas nem férias, vejam bem,
Menosprezam as pessoas,
Fazem as coisas à toa
Sem ligarem a ninguém.

Os ordenados não dão,
As patroas não recebem,
Os pobres em aflição
Porque as horas já são
De pagarem a quem devem.

JAN/69
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A UMA AMIGA

Recordando – te de velha amizade,
O enfadonho tempo será veloz
Dando – te um pouco de felicidade
Nesse mato africano, imenso e atroz.

MAI/69
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A MINHA VOCAÇÃO

Estudo para doutor,
Doutor ginecologista,
Tenho vocação pró amor

E também pró realista,
Neste caso a medicina,
Não de médico dentista

E mesmo sem penicilina,
Praticarei parto sem dor
À clientela da mais fina

Sendo um portento de doutor.

ABR/69
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O objectivo de me formar,
Deriva da minha vocação,
Por isso, além de se amar,
Tirar o canudo, porque não?

ABR/69
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O CALHAMBEQUE

O carro é um brinquedo,
Seja teu, seja emprestado,
Não precisas de ter medo
Mas conduz com mui cuidado.

ABR/69
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A DOCE PALAVRA MÃE

A doce palavra mãe
Enternece o coração
Faz – nos pensar só no bem,
A doce palavra mãe
Enternece – me também,
Tal varinha de condão,
A doce palavra mãe
Enternece o coração

ABR/69
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VIVER

Viver é lutar dia a dia,
Fazer vingar nosso destino,
Ter vitória não tardia,
Viver é lutar dia a dia
Vencer contínuo na sua via,
Sermos tal lâmpadas d’Aladino,
Viver é lutar dia a dia,
Fazer vingar nosso destino.

MAI/69
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CÉLERE O TEMPO PASSA

Célere, o tempo passa…
Veloz, sereno, implacável
Sobre a nossa vida escassa.

Que farei de aproveitável
P’ra um dia quando morrer
Não ficar inconsolável

Por na vida nada fazer?
Sigamos enquanto se pode,
Andando sem esmorecer,

Quer seja ou não snobe,
Cerremos os dentes, avante!
A boa sorte até nós sobe,

Que eu seja um bom gigante
No destino que entrevi,
Possa dizer na hora impante:

Morro contente, vivi! …

MAI/69
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PRIMAVERA

O tempo despiu seu manto
De chuva, frio e vento
Tornando – se o céu cinzento,
Alegre, cheio de encanto.

Toda a gente, entretanto,
Sai para a rua com tento,
O tempo despiu eu manto
De chuva, frio e vento.

Todos passeiam, portanto,
Caminhando muito lento
À beira do mar espelhento,
P’lo campo que se ama tanto,
O tempo despiu seu manto.

MAI / 69
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FIM-DE-SEMANA

Ai que alegria o sol a brilhar!
Posso sair com moças, passear
No calhambeque, rir alegremente,
Parar junto à relva, seguidamente,
Com minha sensatez a temperar.

E continuarmos até ao mar,
Tomarmos banho ao sol e nadar
No nosso oceano docemente…
Ai que alegria!

Seguir depois p’lo campo sem parar
Tão radiantes, assim, a folgar,
Sereno mas rápido, velozmente,
Cantando em coro, alegremente,
Pela fita imensa a brincar.
Ai que alegria!

MAI /69
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A TULIPA

A tulipa é uma cimeira,
Uma cimeira de tarar;
Você será a primeira,
A tulipa é uma cimeira,
Você será a derradeira
Que eu hei-de vir a amar;
A tulipa é uma cimeira,
Uma cimeira de tarar! …

JUN / 69
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A MEU PAI

Muito te sacarificaste por mim
Para que eu fosse um homem um dia!
E se o meu destino bem porfia
Sê – lo – ei muito em breve, enfim!

Pagando – te o esforço assim,
Não obstante tanta arrelia
Muito te sacrificaste por mim
Para que eu fosse um homem um dia!

Tão suave como cheiro a alecrim,
Apertar – te muito bem queria
Com muita força, muito frenesim
Porque sempre, com muita alegria,
Muito te sacrificaste por mim! …

MAI / 69
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LISBOA

Lisboa, linda Lisboa
Das marchas populares,
Tens sempre coisa boa,
Lisboa, linda Lisboa,
Amália o fado entoa,
Boas praias e bazares,
Lisboa, linda Lisboa
Das marchas populares! …

JUN / 69
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A PRINCESA

Ao sentar – me à tua mesa
Gostei de te ver corar,
Rubor de muita beleza,
Ao sentar – me à tua mesa
Pareceste – me uma princesa,
Uma princesa d’encantar,
Ao sentar – me à tua mesa
Gostei de te ver corar,

JUN/69
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A FLOR

Até que enfim abriu a flor
Sua bela fala doirada,
A conversar é um amor,
Uma beleza realçada.

JUN / 69
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VOAR

Voar direito ao céu, ao ar,
Seguir em linha sobre o mar,

Subir às nuvens e deixar a terra,
Esquecer – me, cá de baixo, da guerra,

Guindar – me aos exóticos países,
Ver do nosso Império as raízes,

Os segredos milenários da China,
Amar por cada lado uma bonina,

Real felicidade, sim, direi,
Do mortal que se agarra à grei,

E daí não passa, nem sequer vê,
Nem sequer analisa o porquê,

De tantas civilizações tão díspares,
De países tão vários como ímpares,

Povos numerosos e tão diversos,
Variados, antigos e dispersos,

Um grande manancial de cultura,
Uma vida doce, tão pouco dura,

Continuamente, que direi eu,
Fofinho sob as asas de Morfeu! …

JUN / 69
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VERÃO

Entrando confiantemente
Chegou, enfim, o Verão,
A bela segunda estação
Que um tanto solenemente
Nos abraça sorridente
Trazendo – nos o S. João.
A areia já se enfeita
Com suas barracas alvinhas
E com suas águas fresquinhas
A todos o mar já deleita
Deixando as nuvens mesquinhas
Ao sol liberdade perfeita.

JUN / 69
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O TEU ALEGRE SORRIR

Assim a acariciar,
O teu alegre sorrir
Faz – me pensar e sentir
Que te comecei a amar.

Faz – me pensar no porvir
E começar a sonhar! …
O teu alegre sorrir,
Assim a acariciar.

Faz – me, enfim, alegrar,
E teu destino seguir,
Não mais mágoas carpir,
Teu fado acompanhar,
O teu alegre sorrir! …

AGO / 69
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PARABÉNS

Em sintonia com a vida,
Assim vai passando a idade,
Dou – te os parabéns querida,
Neste dia de realidade.

Deste – me a mão, uniste – te,
Em sintonia com o amante,
Romântica, instruíste – te,
Sereno e alegre o semblante,

Nas coisas do amor, da posse,
Viver é também entregar – se,
Entregar – se como se fosse,

O paraíso celestial,
Onde se entra a deleitar – se,
Em eterno amor, terreal.

23MAI92
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SOFRO PENSANDO EM TI


Sofro pensando em ti,Sofro porque não te vi,
Quisera dar – te um xi,
Sofro, eu não te ouvi.

Amor forte, quási insano
Brotando em frenesim,
Não serei como Vulcano,
Amor a medrar em mim.

Quero ter – te, possuir – te,
É potente este amar,
Quero sim, quero ouvir – te
Teu amorzinho chamar:

Palavras doces, sinceras,
Dessa boca, com ardor,
Embora simples, mas veras,
Quero ouvir, meu amor.

Sonhando com o porvir
Em passeatas amenas
Queremos conseguir
Anuidades serenas.

És? Para mim és bela,
Meu alento, meu calor,
Vou chamar – te Estela
Como quer o meu amor.

1987
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A QUEM HOJE É PEQUENINO


Teus olhos castanhos
De encantos tamanhos
Levaram-me sem hesitar
Direitinho ao altar;

Teus olhos risonhos
São mundos são sonhos
São a alegria, enfim
Cá do teu jasmim.

Olhos azuis são ciúmes
E os negros são queixumes,
Os teus são divinais
São castanhos, leais.

São sessenta primaveras
Que ao longo das eras
Os têm visto brilhar
Os têm visto sonhar.

Vamos pois festejar
Vamos todos almejar
Neste mais um aniversário
Com a S.ª do Rosário

Que sejam muitos mais
Tão ditosos e reais
Como os passados felizes
Com manjar de perdizes

E iguarias tais
E façamos como os mais
Que se amam de verdade,
Em plena liberdade

Unamos nossas bocas
Beijemos como poucas
E façamos votos alegres,
Oh vida que nos regres

Um futuro risonho
Qu’inda possa o sonho
Penetrar os corações
Destes dois figurões

Por muitos anos mais
E como outros tais
Seja já longa a idade
Que nos passe à eternidade.

Com um beijinho muito carinhoso
Cheio de mel e amoroso
São os votos deste menino fino
A quem hoje é pequenino,


ZECA
MAI 2004
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CURIOSIDADES
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http://popularprayersexorcismsandrigmarole.blogspot.com/

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Desde há muitos anos que pensava reunir em livro algumas rezas e benzeduras para curar os males do corpo e da alma. Mas faltava-me comparar as diferentes versões entre as diversas maneiras de curar, talhar ou afastar o demónio.Depois de verificar a veracidade do material recolhido, resolvi publicá-lo para que não se perca da memória do povo e continue a perdurar pelos séculos fora.
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RENATOVERSUSPATÍCIO
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RENATO vs PATRÍCIO
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O Renato, o camarada,
O amigo do seu amigo
Passeava comigo
Pela mata enramalhetada
E queria que eu provasse
Daquilo que ele mais gos tava,
Enfim, o que fez com que o homem jamais entrasse
No empíreo
Porque, muito atrevido, comeu do fruto proibido.
"Vamos por aqui", cicia ele,
"Anda por aqui um traço que dá o seu abraço
A quem ela gostar".
Qual abraço?
Uma "queca", é o que queria dizer e lá andámos
De Herodes para Pilatos.
Mas para o Patrício fazer o servicinho
Assim de repente
Sem s'tar preparado pelo director espiritual
Foi conflito mental:
"Será que desta vez vão mesmo voar os três?
"E começou a suar e a rezar o Padre nosso e a Ave Maria
E ao avistar de perfil
O jazigo de Augusto Gil
Até pensou que o ex governador
Poderia ser seu salvador!...
E a ninfa foi-se, sumiu,
Não sei se da oração, se da sorte, enfim,
Evaporou-se...
Mas não ficou por ali o "fait-divers".
Não sei se a professora percebeu
O nosso aprendiz de himeneu,
O que é certo é que chamou nosso amigo Renato
À pedra.
"Seu desatento nato",
Disse,
Aqui para a linha da frente
A fazer o exercício.
Vamos, rápido
Para não perturbar o Patrício".
E dali para diante
Amiguinhos sim, mas Marias,
Marias não
Que o nosso rapagão, pudico e diligente
Tem lá no pensamento
Que o desejo carnal
Por fora do casamento
É pecado mortal!...
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OTEMPOEOVENTO2

O TEMPO E O VENTO



O tempo e o vento
São iguais em velocidade,
Mas a memória,
Com muito tento
Faz a fotografia, detém a história
E a tipografia dá–nos a ideia, o testemunho,
Dos estudantes da Guarda,
Das suas tropelias, das suas festas,
Em aferrei ás,
De colheres em punho
As fitas ao vento
No baile de finalistas, de capa e batina,
No 1º. de Dezembro,
Em dias de rotina
E, se bem me lembro,
Na estrada à boleia;
Havia a praxe, os mariolas,
Havia as aulas
E também os cartolas;
E aqueles malandros,
Amigos do livro
E da brincadeira,
Bons no estudo
E também na asneira;
Muito bons rapazes,
Mui foliões,
Ninguém vai esquecer
O Cunha Simões,
Nem o Sá Pessoa
Que faz muita falta,
Pois o seu quarto
Era o da malta;
E era o Leite,
Mano a mano
A jogar matraquilhos
Com o Herculano;
E havia as repúblicas:
Das vassourinhas,
A do néctar com filtros de eros;
As donzelinhas
Cheias de amor, dádivas celestiais,
Fazendo olhinhos
Ternos, divinais,
Aos estudantes, aos rapazinhos
E o Luciano, o grande cantor,
A fazer serenata,
A partir corações
C’oa malta cognata,
E também o Bidarra
A cantar d’amores
Ao som da guitarra,
E naquela cidade nada faltava,
Nem vento nem frio,
Pois até nevava
E, é claro, a mocidade com suas “coortes”,
Acampando em suas tendas,
Divisando os palheiros
Com cada chefão
Tais como o Calheiros,
Ou o Aragão;
E havia os cantares à volta da chama,
Amenos serões
Conduzidos p’la fama
Do Cunha Simões.
E lá no quartel, havia o Marcolino,
Aquela delícia,
Lá na milícia
A prometer,
Por bom comportamento,
Um par de polainitos
Aos seus lusitos;
E havia a mamã
E a Académica, que se acaso perdia
Lá na Covilhã,
Dava bojarda
Pois era o demónio
Com os da Guarda,
Um pandemónio
A defender a “Briosa,”
Chartier e Casimiro à frente, mocas em riste
Que ninguém resiste;
E sabem do Rau, aquele gigante,
Que lá na milícia,
Corria os cem metros
Ali num instante;
E os trepadores,
“Mas o que é isto?
Subida à corda de uma braçada?”
“São os da Guarda c’o seu Manisco,
Não há problema, não admira nada.”
E do Carapito, era o Foitinho
Que p’ra tirar o canudo
Palmilhava o caminho
Com vento, frios, neves e tudo.
E o Ramalho, e o Cavalheiro,
Brilhantes como o sol
A jogar futebol.
E que Deus me ajude,
Recitei poesia
No Rádio Altitude,
E o Mário cantou
E os outros quejandos
A delirar multidões
Como o Simões.
E era o Côncio, a fugir à ginástica,
E o médico escolar,
Que não gostou nada,
Como era o pai
Deu–lhe uma estalada;
E era o Pala, o Fausto Proença,
Eram os Gamboas e o Samuel,
Aquele moço loiro
Que impediu o Zé António de rapar o caloiro.
E era o Nabais
De Quadrazais
E também o Salvado
Lá na milícia
Que não salta o muro nem obrigado;
E o Matos, aquele atleta
Apaixonado, vejam lá,
P’la bicicleta.
E o Carvalho Gomes
E seu grupo unido: Morgado, Madeira, Rios,
O João de Távora de pergaminhos e brios;
E outros quejandos
Como os de Celorico,
Olha o Vaz, olha o Victor,
O Ravasco, O Rebordão, O Amílcar,
O Ribas, o Madalena,
Mas que grande escol,
O Vítor Rocha do Voleibol,
O Direito de Manteigas
E o Melo,
E havia os de Pinhel,
O Cunha, os Adéritos, o Caldas Caetano,
O Artur e o Manel;
Era o Jorge, o Portugal
E outros tantos et cetera e tal,
Da terra do demo, do vento norte
E tantos outros
Em quem poder não teve a morte.

Patrício
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OBAILEDOFUNDÃO
Vê lá, ó Patrício, se o poema, assim, não ganha mais graça e se quem o lê não o agarra com prazer?
Ainda pode ser melhorado, mas desta maneira já tem o tempero harmonizado com as circunstâncias.
O BAILEDOFUNDÃO
Nos braços ténues da fantasia
Percebi bem a alusão
Pois eu fui um dia
A certo baile no Fundão.
Tinha bom meio de transporte,
Nós, os ricos, é assim
É tudo de mão cheia;
Vestidos de preto e à boleia
Estrada fora, sempre andando
Olhando as raparigas de soslaio
Por vezes com certo enfado.
A educação na família
Insistia que era pecado.
Mas nos braços da fantasia
Quem é que a mim me diria
Que de certo modo apertaria,
Ao ser levado em triunfo,
Tanta rapariga, tanto calor.
O que se passou "in illo tempore"
Foi verdade, sim senhor!
E por causa desse baile
Esqueci o pecado e o pudor.
Comigo também viajava
O Teodoro, que por causa do baile,
Não foi ao sonoro.
Como não tínhamos um tostão
O Teodoro estendia a mão
E pedia a cada um
Uma oferta para entrar.
Enquanto isto acontecia
Eu pensava e rezava,
Ligava céu e terra.
E não é que veio o milagre!
Ao dar a volta ao edifício
Eis que de sem ver mais nada
Fiquei de repente sorridente
Pois que vejo na minha frente
Uma janela escancarada!Esquecimento?
Não.
O nosso amigo que gosta da brincadeira
Vai logo ao fundo da questão: É milagre, pois então
Pois se eu rezei...
Uma vez lá dentro compreendi quem era o santo
Da minha devoção,
E que por causa de uma cretiniceDo professor Ferreirinha,
Resolveu mostrar as suas razões,
Foi para o colégio do Fundão.
Quem é que me aparece?
Daquela maneira,
A fazer milagres na Cova da Beira?
O maior camarada de sempre,
O amigo que não esquece,
Da Guarda o grande folião,
De serenatas, estudos e serões
Era? Quem havia de ser,
O meu amigo Cunha Simões.……
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AGREVEDAAULA
A GREVE DA AULA


É em Maio, no mês das flores,
S’tá a natureza em festa,
Engrinaldada,
É um convite ao passeio,
Ao absorver dos odores
P’los campos, p’los relvados,
Um convite de amores,
Ao falar das pequenas
E de coisas triviais.
“Meus Senhores”
Diz alguém a plenos pulmões
As suas razões:
“A aula que se lixe”,
Diz o Simões.
E como ele é líder
Lá vai a rapaziada
Toda entusiasmada
Que em vez de ir à aula
A aturar a chatice
Daquela famigerada, complicada
Que na prática
É a Matemática,
Se mete à estrada para cumprir, denodada,
As deliberações da mesa.
O reitor, era ele o professor,
Estranhou a míngua
De alunos seus:
Cinquenta por cento,
Mais um ou dois
A ganhar por pouco as eleições.
Mas, como estava o Patrício
O nosso homem pensou:
“Eu sei quem foi que os aliciou,
Mas se este não alinhou
Ele virá à razão”.
E a coisa passou
Fazendo de contas que foi a gripe
Epidémica, danada, a brincar c’oa rapaziada
Assim como quem já a espera
Em plena Primavera.



Notas e comentários:

SR. DOUTOR:
Estes dois últimos versos são uma ironia. E bem sabeis que a ironia é AQUELA FIGURA…, enfim, etc., falando português +, “uma pessoa diz uma coisa querendo significar precisamente o contrário daquilo que diz”.
Porque
A GRIPE EPIDÉMICA, MALVADA
ERA NO INVERNO FRIO DA GUARDA
QUE DAVA CABO DA RAPAZIADA.
Mas o homem deve ter pensado,
“Não se pode ser rijo demais
Pois é pior o resultado
Até com os animais.
Vamos com jeito,
Vamos com muito cuidado,
Tomemos as coisas a peito
Para obter bom resultado”.


AGORA O MEU AMIGO
QUE É BOM PROFISSIONAL
A FAZER POESIA, CERTO,
FAÇA OS CORTES QUE ENTENDER
PARA TORNAR A COISA TRAGÁVEL
ENFIM, AGRADÁVEL DE COMER…
…..…………………………………………
………………………………………………
etc. e tal
já sabes como é
afinal,
ABRAÇO
Patrício
BATEMLEVELEVEMENTE
BATEM LEVE, LEVEMENTE

………
………
………
………

BATEM LEVE, LEVEMENTE
COMO QUEM CHAMA POR MIM,
BEM O DIZIA SUAVEMENTE
EM JEITO DE POETA, ASSIM

LÁ NA TERRA INCLEMENTE
UM TAL GOVERNADOR CIVIL
A QUEM CHAMOU TODA A GENTE
O POETA AUGUSTO GIL.

BRANCA E LEVE, BRANCA E FRIA
SEMPRE QUE A GENTE A VIA
ERA AQUELA ALEGRIA
DAS BATALHAS NA VIA,

AOS GRUPOS OS RAPAZÕES
À’TIRAR ÀS RAPARIGAS
E, É CLARO, O SIMÕES
O LÍDER, CHEFE DAS BRIGAS.

RECORDAR É VIVER,
FAZES ANOS, PARABÉNS,
JÁ QUE OS NÃO PODES DESFAZER
HAJA FESTA, HAJA PÃES

PÃES-DE-LÓ E TAMBÉM DE LÁ
HAJA ALEGRIA, FANTASIA
E PARA TERMINAR TOMA LÁ
UM ABRAÇO QUE NÃO ESQUECIA;

O QUE É A VIDA, AFINAL?
MADRASTA QUE COM JEITO,
FIRMEZA E POR VEZES HUMOR
É SEMPRE O MAIOR FEITO

DE QUEM CAMINHA P’LA VIA
NEM SEMPRE UMA AUTO – ESTRADA,
MAS ENFIM É A VIDA,
CONTINUEMOS A CAMINHADA.

OS PARABÉNS JÁ TE DEI
E UM ABRAÇO TAMBÉM
FAZ ANOS O REI:
FELICIDADES A CEM.

PATRÍCIO



MATRAQUILHOS
...
...
MATRAQUILHOS

Cá o rico…
Era na Guarda
Quando se vai para Celorico:
A barraca tinha meninas,
Tiro ao alvo
D’espingarda
E também matraquilhos!
Eu era católico,
Mas jogar
Com o Renato mano a mano,
A par e par com o Herculano
O grande Leite e algum do Souto
E também o Valério do Couto,
Que diabo?
Não era pecado.
E as prostitutas?
Cuidado!!!
Pois cá o freguês
Pensa que vai morrer se lhe vão tirar os três!
Mas no fim,
Lá iam d’escopeta.
E quanto a mim?
– Ó filho, queres?
– Não, obrigado.
– Obrigado? S’tás a brincar?
Se vens tens de pagar.
E sem reparar que era uma brasa,
Contente lá ia pr’a casa,
Cantando, mui bem caladinho,
Uma área p’lo caminho.

Patrício

Agora riam, sim, mas devagar
Porque
O equilíbrio faz o homem
E o homem faz o equilíbrio
Desde que…naturalmente,
Tenha dinheiro no outro prato da balança
Para…manter o equilíbrio.
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DIA DA MÃE

Vês, mãezinha, a luz da cidade?
Vês – lhe o reflexo no rio?
Não tens, mãezinha, nenhuma vaidade,
Querida, não tens desvario?

Não vês em mim também
Um reflexo luminoso
Não vês tu, minha mãe
Do teu amor vaidoso

Em mim reflexo brilhante, enorme,
Desse amor carinhoso
Que me faz amar – te desconforme,
Filho caro, amado, ditoso?

Prolonga tua vida, querida,
Alegra teu filho assim
Pois quer – te enaltecida
Sempre, sempre, o teu jasmim…

KÖLN, 14MAIO72
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DIA DA MÃE

Um broche para a mãe,
Para a minha flor,
O Zeca te que bem
Te tem muito amor,

Sempre pronto a recorda - te,
Inda mais dia da mãe,
Quero pois abraçar - te
E dar - te um beijo também.

4º. Domingo de Maio de 1975
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A MINHA MÃE

Caíste,
Tu que me amavas mais que a ti própria,
Tombaste,
Amor ímpar no mundo,
Desceste à terra fria,
Mãe adorada, plena de amor,
Timoneira da minha vida,
Deixaste – me,
Condutora do meu futuro
Subiste ao céu
E deixaste a saudade,
Foste – te
E eu não te esquecerei nunca,
Jamais.
Recordarei
Que sempre fielmente cumpriste,
Fervorosamente,
O teu dever de mãe.

11Nov1978

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O CANUDO

Já chegaste, conseguiste,
À custa de duro esforço,
Vontade indómita em riste,
O Graal, o grão colosso

Que ampara e dá sabor,
Dê err que nos dá tudo:
Saúde, dinheiro e amor,
Enfim, tudo num canudo…

Mai/2001
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O D ERR

A Elsa, prima amiga,
Vence por fim a corrida,
Com mais ou menos fadiga;
À frente desde a partida,

Erguendo o facho ardente
Sempre por i adiante:
D’ânimo sempre presente
Brota de si um gigante,

Corta as metas da primária,
Deixa os cábulas para trás,
Sempre em notas solidária,
Vence no Liceu e … zás! …

Cursa a Universidade,
Eis que, assim de repente,
O Dê Erre já é seu
E hei – la toda contente,

A brilhante, esfusiante,
Ergue bem alto o troféu,
Deixa de ser estudante
E ganha na terra…o céu.

MAI/2000

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NOSTALGIA

Bem ao pé do Cais do Sodré
Hoje não dá para ver o mar!
O nevoeiro tal qual é
Só deixa vultos divisar;

Outrora era o comerciante
Forasteiro em Lisboa bela,
Hoje é o turista pedante
Que houve fado na viela;

Outrora vinha da procela
Com a pimenta o português
E vinham à procura dela

E também da canela,
Os da Hansa e o Holandês,
À Lisboa vaidosa e bela!...
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AS CEIFEIRAS

Ceifeiras do trigo loiro,
Loirinho a ondear,
Entre vós há um tesoiro,
Ceifeiras do trigo loiro,
Mesmo que fora um caloiro,
Ceifeiras do trigo loiro,
Loirinho a ondear!…
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POBRE MENINA DA RUA

Pobre menina da rua
Bonita como o sol
À espera d'star nua,
Prenderes no teu anzol
Quem te dê do seu dinheiro
Pr'a gozar um pouco a vida,
Alhear-se do dia inteiro
Entrega-se-te, és querida.
O mundo dele, algumas horas,
Contente, talvez alienado
E, portanto, tu exploras
Ali, esse desgraçado
E tu não gozas nada.
Enriqueces um bocado
Talvez até à noite
Quando dás ao debochado
Do teu chulo protector,
O trabalho que fizeste nua
Um dia inteiro, demolidor.
Pobre menina da rua

JOCAME
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DÉCIMA

A guerra, aquele mal
Tremendo demolidor,
Aquele grande animal
Terrível, ameaçador,
Que tritura toda a paz,
Odeia-a, odeia a maldita,
Homem, salva a tua honra,
Que és sábio, forte e capaz,
Odeia a guerra maldita,
Inventa um mundo de paz.
JOCAME



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UTIB
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REPARTIDA ...


Ultima mocidade,
Não poderá ser Terceira Idade?
Invernar em casa, não há saída?
Voltemos atrás, voltemos à vida,
Esperemos amor, solidariedade e sonho,
Retrocedamos no tempo enfadonho,
Sentemo-nos de novo como alunos,
Ideemos o que sonhámos e, oportunos,
Demos as mãos na utopia, visionemos,
A ficção da realidade, amemos;
Demo-nos asas no giroflá
E cantemos em coros infantis aqui e acolá, Dancemos pensando, debutantes,
Apreciemos com espírito jovem, estudantes,
Tracemos um porvir, que sem vir,
Elimina a dor, a nostalgia que não quer sair,
Renova um Inverno custoso de suportar
Contra as agruras da vida e, a par e par,
Enchamos o peito de coragem e, a amar, Inventemos um amanhã sempre melhor,
Realizemo-nos como uma flor,
Atiremos fora solidão e dor,
Irradiemos alegria,
Demo-nos festas cada dia,
Almejemos continuar na via
Deste mundo agreste e, à porfia,
Envidemos por reforçar

Uma vontade grande de não deixar
Toda a experiência transviar,
Impondo-a a competir e a ganhar
Brilhantemente o continuar...


JOCAME











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